Na tarde desta sexta-feira o mecânico Marcos dos Santos Félix, esteve na rádio Difusora de Itabuna e apresentou um acórdão no qual o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), aplicou uma punição disciplinar ao médico Edson Dantas. Segundo Marcos, na decisão, o Cremeb considerou Edson Dantas culpado, e ainda configurou Interação Comercial, já que houve relação entre a prescrição da medicação e aquisição na farmácia. Marcos é viúvo de Carolina Giroto Marinho Félix, morta em 17 de maio de 2004. Em seis meses, o mecânico perdeu três parentes. Dois conhecidos também foram parar no CTI -sobreviveram.
A série começou em 20 de novembro de 2003, quando o marido da cunhada, José Dantas Araújo entrou em coma. Morte indeterminada, dizia o atestado de óbito. Então foi a vez de Liliane, 18, filha de José Dantas Araújo. Em 6 de maio, ela passou mal e morreu no dia seguinte. Já Carolina morreu dois depois da missa de sétimo dia de Liliane. Marcos percebeu o denominador comum: antes de entrar em coma, todos haviam ingerido um remédio manipulado. O remédio manipulado foi prescrito por Edson Dantas a José Dantas Araújo. Também indicou-lhe a farmácia magistral Pharmakos, de sua filha, Tatiana. Marcos enviou alguns comprimidos para análise no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, o INCQS. Abertas as cápsulas bicolores (azul claro e escuro), ficou constatado que elas continham uma associação de piroxican com colchicina, uma droga para tratar artrite. Pela receita médica, cada comprimido deveria conter 0,5 miligrama de colchicina. Mas elas continham 42 miligramas, ou 84 vezes mais. O laudo do INCQS conclui: “Os sintomas clínicos descritos são compatíveis com superdosagem de colchicina.”
